Lives de volta? Após período de baixa, busca por transmissões musicais volta a subir

Ainda não dá para chamar de segunda onda. Mas o último final de semana, de 3 a 5 de abril, foi o período de mais buscas por lives no Google no Brasil em 2021 até agora.


As cifras ainda ficam bem longe do auge da onda de lives musicais, em abril de 2020. Naquela época, só uma das lives de Marília Mendonça foi vista mais de 54 milhões de vezes, por exemplo. Essa nova "Live Cachaça Cabaré 3" teve, nos dois primeiros dias, 8 milhões de cliques.


Durante a transmissão, o pico de pessoas assistindo simultaneamente ficou em 1,5 milhão. O número é menor do que o visto em 2020, quando Marília passava de 3 milhões simultâneos, mas ainda assim, anima os artistas.


"Eu, Gusttavo e Leonardo sentamos para conversar depois da live e o Gusttavo estava supersatisfeito", contou, ao G1 Anselmo Troncoso, diretor artístico e sócio da AT+G Produções, que já trabalha com transmissões online desde 2006.


"Ele falava: ‘Leonardo, qual o recorde do seu show? 85 mil pessoas, 100 mil pessoas?’. E Leonardo falou: ‘80 mil, numa pecuária’. E o Gustavo: ‘Pois é, hoje, aqui atingimos um milhão e meio de acessos."


Assim como em 2020, Gusttavo foi responsável por puxar a onda de lives e, em 6 de março, fez a sua primeira de 2021. Na data, atingiu 1,4 milhão de acessos simultâneos. O anúncio agitou o mercado e trouxe uma nova onda de apresentações virtuais.


Desde então, além dos dois shows já citados, também se apresentaram Wesley Safadão, Marcos & Belutti e Simone & Simaria.


E as próximas?


Lives de Raça Negra, Xand Avião, Leonardo, Rai Saia Rodada, Luan Santana, Fernando & Sorocaba e Wesley Safadão estão programadas. Fora do sertanejo, vai acontecer o festival online Mucho!, com Alceu Valença, Lenine, Jorge Drexler e mais, nos dias 24 e 25 de abril. (Veja agenda no fim deste texto)


"A procura, novamente, vem com grandiosidade. Por quê? Porque não estão acontecendo mais os shows. O nosso mercado caiu de novo na realidade que até setembro, outubro, provavelmente, não vão acontecer os shows. Então é a forma de o artista se manter vivo, tentar ganhar algum dinheiro", explica Anselmo.


"Em dezembro e janeiro, se instaurou uma falsa e irresponsável sensação de que o vírus havia sido em parte superado, e muita gente foi para a rua. Shows voltaram a acontecer, alguns de maneira clandestina, outros para menos pessoas. Mas aos poucos foi se dando conta de que eram ações irresponsáveis", diz Felipe França, um dos organizadores do Festival Mucho!


O festival online que ele organiza, uma produção conjunta da Argentina e do Brasil, ainda tem a missão de juntar artistas de toda a América Latina (a maior estrela de fora é o uruguaio Jorge Drexler), região muito afetada pela pandemia.


Buscas estão longe de 2020, mas sobem de novo


O mês de janeiro de 2021 começou com o menor índice de interesse na busca pelo termo "live hoje" no Brasil desde o início da pandemia. Em fevereiro, houve um pequeno aumento. Em março, o índice dobrou. E no primeiro final de semana de abril a busca foi a maior desde o início do ano.


A trajetória é de alta, mesmo com a curva muito distante do pico de um ano atrás. Nas últimas semanas, o volume de busca por lives é 10% do que foi no período de auge de abril de 2020. Mas na virada do ano esse percentual era bem menor, de 2%.


Os dois gráficos abaixo mostram a variação do interesse pelas lives em perspectiva. A primeira mostra o tamanho do fenômeno em 2020 e a queda no segundo semestre. Mesmo de forma discreta, é possível ver uma subida atual.


O Google não dá um número total, mas indica a porcentagem de interesse nas buscas por lives.

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